jun 07, 2017 ASSUNTOS TÉCNICOS, REQUISITOS REGULATÓRIOS 0
Nota 1: Devido às várias mudanças na regulamentação da ANAC, utilize o texto abaixo apenas como referência. Mudanças de procedimentos podem ter ocorrido dentro da nova legislação. Em caso de dúvidas, consulte a nova legislação existente no site da ANAC (www.anac.gov.br) para consulta.
Nota 2: devido ao fato da regulamentação da aviação civil brasileira está sendo atualizada atualmente, é possível que haja nesta descrição informações desatualizadas. Entretanto, as descrições abaixo devem ser utilizadas apenas como referencias e qualquer outra utilização deve ser feita valendo-se dos documentos oficiais adquiridos diretamente no site da ANAC – Agencia Nacional de Aviação Civil.
Continuação do artigo anterior sobre CONTROLE TÉCNICO DE MANUTENÇÃO;
Funções primárias do CTM
É função primária do CTM para o controle de uma aeronave, emitir:
– Mapa dos componentes controlados de Célula;
– Mapa dos componentes controlados de Motor;
– Mapa das revisões preventivas de Célula;
– Mapa das revisões preventivas de Motor
– Mapa dos Boletins de Serviço Aplicados;
– Mapa das diretrizes de aeronavegabilidade (FCDA´s);
– Mapa de registro de grande modificações;
– Fichas de inspeções obrigatórias + abertura de OS para inspeções.
– Informações de execução de IAM;
– Informações e controle de documentos obrigatórios;
– Outros documentos conforme necessidade do operador.
Documentos Gerados pelo CTM
– Ordem de Serviço (OS) para execução de inspeções preventivas de Célula e Motor;
– OS para aplicação de boletins de serviço e diretrizes de aeronavegabilidade;
– OS para inspeção de componentes controlados;
– OS para troca de componentes de célula e motor;
– OS para trocas de óleos lubrificantes e hidráulicos.
– Informações para execução de IAM;
Documentos gerados pelo CTM para aplicação no sistema de documentação da própria aeronave:
– Etiquetas para controle de alterações nas cadernetas de Célula e Motor;
– Preenchimento das atualizações de log card e log book´s.
– Atualização do RIC (quando houver)
Documentos que alimentam o CTM
– Programa Recomendado de Manutenção (PRE) de Célula e Motor;
– Emissão de boletins de serviço pelo fabricante da aeronave e do motor e de diretrizes de aeronavegabilidade emitidos pela autoridade aeronáutica;
– OS geradas pela manutenção para cumprimento de ações corretivas;
– Documentos de rastreabilidade dos componentes substituídos, tais como: Form 8130, Form ONE; Segvôo 003 e etiquetas, etc;
– Documentos oriundos de modificações na aeronave;
– Lançamentos do diário de bordo.
Funções secundárias do CTM
Fornecer informações para o planejamento da manutenção;
– Aplicação de manutenções preventivas, boletins de serviços, AD´s;
– Itens de ação corretiva retardada (ACR) encontrados na MEL e Master MEL.
– Fornecer informações para o planejamento de materiais para cumprimento do plano de manutenção aprovado;
– Informações para o controle de documentos obrigatórios;
– Fornecer informações para auditorias externas.
– Manter e preservar pela qualidade dos registros de manutenção;
Outras atribuições do CTM (às vezes vinculado a Biblioteca Técnica)
Dependendo da estruturação da Empresa o CTM poderá desempenhar outras tarefas no contexto da manutenção. Citaremos em linhas gerais algumas atribuições que o CTM pode executar além das suas atribuições básicas:
Manter Assinatura e Controle de Atualização da Documentação Técnica
– O CTM poderá manter e controlar as assinaturas de atualizações dos documentos técnicos emitidos pelo fabricante de aeronaves, motores e órgãos homologadores.
Alertar Vencimentos de Emolumentos
– O CTM pode manter e controlar os documentos obrigatórios da aeronave, inclusive efetuar o controle de seus vencimentos. Por exemplo:
– seguro RETA-B;
– taxa Fistel;
– vencimento do CA;
– vencimento do certificado de matrícula, etc.
Efetuar a Revalidação do Certificado de Aeronavegabilidade (Referência: IAC 091-1003A)
– Validade do CA: 6 anos a contar da data da VTI, VTE ou da data vencimento do CA;
– A partir da edição IAC 091-1003 A e aprovação em MGM processo de revalidação do CA é de responsabilidade do operador através da emissão RCA (Relatório Condição de Aeronavegabilidade) e LV (Lista verificação);
Fiscalizar a Inspeção de Partes e de Materiais Aplicados na Aeronave
O CTM deve conferir a rastreabilidade documentos e dos materiais aeronáuticos que chegam na empresa antes de lançar no mapa de componentes.
Exemplo de documentos que o CTM deve conferir:
– Rastreabilidade estrangeira: FORM 8130-3 (FAA), FORM ONE (EASA), TC24-0078 (Canadá).
– Rastreabilidade nacional: formulário Segvoo 001 e Segvoo 003.
Fazer a Inspeção de Partes e Materiais
Procedimentos de CTM durante as Inspeções:
– Verificação de especificação (P/N; S/N; Nomenclatura; aplicação). Lançar e controlar pelo mapa de componentes;
– Verificação e guarda de documentação (OS, NF, FAA FORM 8130-3, SEGVOO 003, etc) em seus respectivos locais.
Inspeção Anual de Manutenção (IAM)
– Processar a IAM de acordo com o parágrafo 91.409(a) do RBAC 91:
– Preenchimento da DIAM, FIAM e FIEV
– Verificar a lista de grande modificações e grandes reparos,
– Verificar lançamentos nos diários de bordo,
– Verificar o S/N dos componentes controlados e instalados,
– Verificar a identificação dos componentes controlados,
– Atualizar os registros de manutenção dos componentes controlados,
– Verificar a abrangência e validade da apólice e seguro e CA,
– Verificar o estado geral, condições de segurança e validade dos equipamentos de emergência (verificação documental).
O CTM deve Controlar a Execução e a Aprovação dos Serviços de Manutenções Preventivas
– OS´s de manutenção preventiva são emitidas pelo CTM;
– Serviços corriqueiros podem ser registrados no diário de bordo (lavagem de compressor, inspeção pré-vôo, inspeção de área). Isso deve constar do MPI da Empresa;
– É de responsabilidade do CTM o fornecimento de documentos suplementares (cópias de boletins, AD´s e fichas de inspeções);
– É de responsabilidade da manutenção a abertura de OS de manutenção corretiva que depois devem ser encaminhada ao CTM para guardar em local adequado e lançar na documentação geral da aeronave.
O CTM deve Conferir os Registro de Manutenção (Referências: IAC 3152 e RBAC 43)
Registro primário: registro principal das atividades de manutenção (OS, Diário de bordo, DIAM, SEGVOO 001, SEGVOO 003, Laudos, FCDA).
– Precisa estar completo, legível, conter o método de cumprimento e o resultado da ação de manutenção executada.
“PROIBIDO RASURAS” (rabiscos ou uso de corretivos líquidos)
Exemplo de Conteúdo dos Registros Primários de Manutenção
– Descrição do trabalho executado referenciando dados técnicos e aceitáveis pela autoridade competente;
– Obrigatório registro dos resultados após execução de tarefas;
(ex: medidas de folgas, níveis de vibração, descolamentos, desgastes etc);
– Data de início e término do trabalho;
– Identificação do executante;
– Quando houver IIO, assinatura do inspetor.
Registros Secundários
Registro secundário: registro simplificado das atividades de manutenção. Referencia ou complementa um registro primário. Exemplos:
– mapa de registro de grandes modificações;
– mapa das inspeções preventivas;
– mapa das DA´s;
– mapa dos materiais serializado e controlado pelo CTM.
O CTM deve trabalhar em Conjunto com a Biblioteca Técnica
– Controle de distribuição e assinaturas de todas as publicações (IPC, SB, MM, PMA, MEL, SRM);
– CHE, adendos ao CHE, EO, certificados de matrícula e aeronavegabilidade.
Verificar Registros de Itens de Inspeção Obrigatória
– Não pode ser realizado por apenas uma pessoa;
– É obrigatório que uma segunda pessoa acompanhe e inspecione a realização do serviço;
– Também se aplica a serviços realizados por terceiros;
– IIO´S identificados nas fichas de inspeções (deve constar no MPI da Empresa);
– Ações corretivas resultantes do programa de manutenção podem ou não ser IIO.
Provê o Plano de Manutenção Preventiva da Aeronave e do Motor
– O operador é responsável primário pela aeronavegabilidade de suas aeronaves;
– O plano de inspeções preventivas deve está de acordo com programa de manutenção do fabricante.
Manutenção de Terceiros
– Fazer os lançamentos e a guarda dos laudos emitidos por oficinas prestadoras de serviço.
– Manutenção contratada somente com empresas homologadas;
– Inspetor designado supervisiona manutenção contratada;
– Manutenção fora de base: fora de base homologada para o produto aeronáutico envolvido requer autorização da ANAC.
O CTM DEVE CONTROLAR A APLICAÇÃO DAS AD/DA´S (IAC 3142 E RBAC 39)
– Inspeções, modificações, instruções e limitações de caráter mandatório quando existir condição insegura;
– Aeronave em base remota sem condições de cumprir a AD, o translado deve ser feito somente com a autorização da ANAC;
– Consulta das AD´s via Internet;
– Análise das AD´s e determinação cumprimento (engenharia);
– Registro das análises;
– Registro de cumprimento: uso do formulário FCDA OU OS;
– Controle no mapa de inspeções preventivas.
O CTM deve controlar a aplicação dos boletins de serviços (BS)
– Corrigir falha ou mau funcionamento ou introduzir modificações ou melhorias;
– Caráter mandatório apenas se houver uma AD associada;
– Autoridade aeronáutica pode determinar obrigatoriedade do SB no próprio SB;
– Consulta via Internet;
– Controle no mapa de preventivas.
Controlar o Preenchimento do Diário de Bordo (IAC 3151)
– Único documento de comunicação formal entre a manutenção e a tripulação da aeronave;
– Documento obrigatório para operação de vôo de fretamento, instrução, manutenção ou inspeção;
– Aeronave disponível para vôo: DB na cabine de comando;
– Aeronave indisponível para vôo (em manutenção): DB aos cuidados da produção;
– Todos os campos do DB são de preenchimento obrigatório;
– Discrepâncias podem ser lançadas pelo comandante ou pelo mecânico;
– O registro no DB corresponderá a formalidade de informação ao comandante da aeronave quanto as condições de aeronavegabilidade da mesma.
Executar Auditorias em Empresas Prestadoras de Serviço (opcionalmente)
– Por registrar e guardar um acervo muito grande de informações o CTM geralmente auxilia nas auditorias fornecendo mapas de controle e outros documentos.
– Auditorias anuais junto as empresas prestadoras de serviço de manutenção;
– Verificação dos requisitos aeronáuticos aplicáveis para cada tipo de situação. Exemplo: pessoal treinado e habilitado, infra-estrutura, rastreabilidade, dos materiais, biblioteca técnica, ferramental, etc.
Fazer a identificação e a rastreabilidade de partes.
Sistema de etiquetas:
– Etiqueta amarela: peças que receberam inspeção final e foram aprovadas para retorno ao serviço;
– Etiqueta Verde: peças que requerem reparo ou teste – muito importante preenchimento do motivo da remoção;
– Etiqueta Vermelha: peças rejeitadas aguardando descarte;
– Etiqueta Branca: peças novas (NEW).
Nota: nem sempre o sistema de etiquetas de uma empresa segue as normas descritas acima. De qualquer modo, sempre vai existir uma etiqueta para cada situação.
Programa informatizado de CTM
O programa informatizado de CTM visa facilitar o arquivamento de dados referentes a aeronavegabilidade de uma aeronave e também provê de forma rápida uma apresentação da condição da aeronave e de seus componentes. Existem duas formas de se preparar um programa para o controle técnico de uma aeronave: adquirindo-se um programa já pronto ou criando-se um programa de controle a partir de um sistema de banco de dados ou planilha.
O sistema mais fácil atualmente é o de criar uma planilha para controlar os dados. Nesse caso, o Excel é o programa mais utilizado. É importante que a pessoa que vá manusear a planilha tenha alguns conhecimentos sobre os recursos do Excel, principalmente recursos de aplicação de fórmulas matemáticas, pois é dessa forma que o Excel calcula os tempos e horas de componentes. Não é difícil criar uma planilha Excel com essa finalidade.
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• Os cursos têm a finalidade de proporcionar e manter os conhecimentos e a proficiência já requerida para a manutenção segura dos helicópteros em geral para que o curso se refere.
• Contribuir com a democratização de conhecimentos e de ferramentas que favoreçam o desenvolvimento de competências e habilidades/capacidades de manutenção de helicópteros visando assegurar níveis máximos de segurança de voo.
• Criar condições de atitude e de compreensão técnica por parte de cada participante, da importância e da visão e do raciocínio estratégico sobre a segurança das operações com helicópteros.
• Possibilitar o conhecimento técnico dos principais sistemas e componentes dos helicópteros e da sua forma de operação segura bem como a preocupação com a sua manutenção e suas inspeções diárias e programadas.
• Criar condições para adoção de uma atitude pessoal de autocrítica permanente em busca da segurança de voo, através de reciclagens periódicas e de uma consciência aeronáutica sempre presente.