abr 17, 2017 DESENVOLVIMENTO SOCIAL, NOVIDADES 0
É assim conhecido o termo em inglês para aplicação de uma peça de origem duvidosa ou desconhecida em uma aeronave. Esse problema tem duas vertentes, a reutilização de partes de um avião acidentado e a falsificação de peças. Em ambos os casos o procedimento é proibido e passivo de punição perante a lei.
A falsificação é mais difícil de ser detectado pois as peças falsificadas muitas vezes parecem ser igual ou até de melhor qualidade do que a peça original.
Como reconhecer então se uma peça é original ou se é um “Bogus”? Primeiro precisamos entender como se dá o processo de fabricação de um avião. O fabricante da aeronave deve submeter a aeronave como um todo e todas as partes do projeto a um processo de certificação perante a autoridade aeronáutica. A autoridade checa a autenticidade a aeronave e também das suas peças e certifica cada uma delas, depois de ter executado uma extensa bateria de testes, que vão desde a comprovação do funcionamento, de uma série de ensaios não destrutivos e também do seu funcionamento em bancada, o que irá comprovar a sua segurança. Após a conclusão dos testes, um certificado de aeronavegabilidade é expedido para a aeronave e também para cada peça que compõe o projeto. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) autoriza a utilização desta aeronave ou de uma peça em uma aeronave. Resumindo, toda peça aplicada em uma aeronave precisa ter um certificado de aeronavegabilidade. Isso também inclui os consumíveis, como: arame de freno, colas, vernizes, tintas, etc.
O papel do mecânico é importante neste processo. Quando a aeronave é nova, em princípio tudo está correto. Durante o funcionamento de uma aeronave, vem as manutenções e as trocas de peças e o uso dos consumíveis, entra ai o papel fiscalizador do mecânico se torna crucial para que nenhuma parte seja adulterada por uma outra que não seja aquela recomendada pelo fabricante da aeronave.
Assegurar que as peças instaladas durante a manutenção das aeronaves sejam realmente certificadas e aprovadas para uso, está longe de ser um processo fácil. Peças de aeronaves são componentes caros, e isso atrai um crescente número de falsificadores. Praticamente tudo pode ser falsificado, e quanto mais caro o produto, mais atraente e lucrativa se torna a sua falsificação. Isso vai ter uma implicância direta na segurança de voo.
Um outro problema é a reutilização de peças usadas normalmente oriundas de aviões acidentados ou peças cujas horas de funcionamento já tiveram seu ciclo terminado. Não raro encontramos essas peças em operação. Como não existe um controle rígido para esses casos, uma oficina pode simplesmente recuperar ou maquiar uma peça ou componente e adulterar o seu certificado de aeronavegabilidade colocando essa peça em condição regular e assim disponibilizando para o mercado legal.
As peças acidentadas são tratadas de modo diferente. Peças consideradas vitais, no caso de acidentes, devem ser descartadas. Peças que podem ser reaproveitadas, devem ser recertificada em oficina homologadas que depois de ensaiadas e testas são liberadas para uso juntamente com seu certificado de aeronavegabilidade.
Existe, também casos de má fé do operador das aeronaves que, querendo reduzir seus custos operacionais, autorizam a instalação de componentes não aprovados. Em muitos casos é conveniente para os operadores de aeronaves adquirir no mercado negro peças oriundas de acidentes, muitas vezes peças vitais, e aplicar em suas aeronaves pagando um décimo do valor de uma peça recertificada. Nessa mesma linha entram também as peças falsificadas. Depois das peças montadas na aeronave é muito difícil para os inspetores de aviação descobrir os “bogus”, principalmente quando a peça é aplicada em um sistema fechado.
Quando pensamos em falsificação, normalmente pensamos na China e no Sudeste Asiático. Mas, a China não está sozinha nesse mercado de falsificação de peças de aeronaves se estende por todo o mundo.
Os Estados Unidos tem uma grande participação neste mercado e estados como a Flórida, Texas, Arizona e Califórnia têm sua participação no mercado negro de peças não aprovadas. Na Europa também temos casos conhecidos de países que forneceram “bogus” para o mundo todo, como a empresa Panaviation localizada em Roma na Itália.
No Brasil também existe um mercado negro de “bogus” e alguns fornecedores compram esses “bogus” em todo o mundo para revender aqui no mercado interno. O público alvo são proprietários do setor executivo, aviação geral e pequenos táxis aéreos. É bom esclarecer, que nem sempre o operador tem participação nesse processo, ele acaba sendo vítima comprando “gato por lebre”. Em alguns casos, esses aviões são usados por suas próprias famílias e eles desconhece o perigo a que estão sendo submetidos. Já as grandes empresas aéreas brasileiras, trabalham com seriedade e até o momento não temos conhecimento de alguma delas tenham se envolvido na compra de peças não autorizadas. No geral, a aviação de carreira no Brasil é muito segura e confiável.
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• Os cursos têm a finalidade de proporcionar e manter os conhecimentos e a proficiência já requerida para a manutenção segura dos helicópteros em geral para que o curso se refere.
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