jun 29, 2017 ASSUNTOS TÉCNICOS, DEFESA, ENGENHARIA 0
O óleo do coco babaçu como combustível de avião
Em 1982 tomei conhecimento de que na Divisão de Ensaios em Voo do CTA (atual IPEV), tinha um avião Bandeirante voando com um dos motores (PT6A-27 de 680 SHP) queimando biocombustível extraído do coco babaçu. Na época, esse combustível era chamado de “Prozene” pelo pessoal lá do CTA. O bandeirante tinha um motor adaptado e queimava o Prozene puro, sem adição de querosene de aviação. Era na época, uma alternativa para o Petróleo em crise num cenário onde o Brasil não era ainda autossuficiente nesse mercado.
Babaçu da Amazônia
Esse Bandeirante foi instrumentado para medir parâmetros de desempenho de voo e também os efeitos no funcionamento do motor que queimava o Prozene. O resultado dos testes eram comparados com o outro motor que queimava querosene puro. O resultado final foi surpreendente, porque além de não haver grandes divergências nos parâmetros o motor com Prozene em relação ao motor queimando querosene e, ao ser aberto, depois de mais de 100 horas de voo, o motor parecia como novo sem nenhum problema que denunciasse o uso deste biocombustível. A única diferença relevante, era um consumo ligeiramente maior, cerca de 10% a mais em relação ao motor com querosene. Depois de mais de 2 anos de ensaios e muitas horas de voo, o projeto foi engavetado e a partir daí nunca mais escutei falar do Prozene.
A única curiosidade com o uso deste biocombustível no motor, era o cheiro de coco queimado (cocada) que aparecia quando o motor era ligado. É uma pena que os bons projetos desenvolvidos pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial) em São José dos Campos / SP, se percam no tempo ao ponto de mais de 20 anos depois, outras empresas busquem para si os créditos de uma pesquisa que é genuinamente Brasileira (veja o artigo abaixo). O projeto dos motores alternativos, movidos a álcool, também desenvolvido pelo CTA por volta de 1978, hoje é uma realidade entre nós.
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Em 2008 surgiu a notícia que um avião da Boeing havia voado pela primeira vez um motor usando biocombustível, veja abaixo parte da notícia que foi publicada na época:
Babaçu Coco da Amazônia abastecem o primeiro voo com biocombustível
27-02-2008
O primeiro avião comercial a testar biocombustível decolou no último domingo, dia 24 de fevereiro de 2008, no aeroporto de Heathrow, em Londres, com destino a Amsterdã, na Holanda. O Boeing 747 da companhia Virgin Atlantic voou utilizando bioquerosene feito a partir de óleos de coco e babaçu da Amazônia. O avião, que não possuía passageiros a bordo, teve um de seus quatro motores abastecidos apenas com o novo combustível – o que representa uma mistura de 25% de bioquerosene ao querosene de avião convencional.
A iniciativa faz parte de um projeto que reúne a Boeing, a General Eletric, companhias aéreas e fabricantes de aeronaves na corrida para desenvolver uma alternativa viável ao atual combustível de aviação. A busca ocorre em função do aumento do preço do óleo e também pela responsabilidade cada vez maior atribuída ao setor em relação ao aquecimento global. A brasileira Tecbio, da qual o professor Expedito Parente (considerado o pai do biodiesel) faz parte, possui parceria com a Boeing e a Nasa desde 2006 para o desenvolvimento de um biocombustível para a aviação. A entidade, no entanto, não se manifesta sobre o assunto devido a um contrato de confidencialidade.
Fonte:
http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1673864-1934,00.html
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