maio 23, 2017 DESTAQUES, ENGENHARIA 0
O que é Manutenção?
Manutenção é o conjunto das operações destinadas à conservação de uma aeronave e dos seus sistemas, manter a disponibilidade, manter o seu potencial de aeronavegabilidade e manter seu desempenho. A manutenção na prática é o ato de se fazer uma intervenção, limpeza, inspeção ou verificações detalhadas das peças e sistemas em utilização. A manutenção tem a finalidade de corrigir avarias ou (de uma forma mais eficiente) de prevenir ou detectar falhas de material ou deterioração do desempenho de sistemas, ou simplesmente o controle do tempo de vida de peças em utilização. Normalmente cada fabricante define um manual com um programa preventivo, recomendado de manutenção que deve ser seguido imperativamente pelo utilizador.
A manutenção tem o objetivo da permitir chegar-se a projetar e desenvolver sistemas e equipamentos que possam, sem afetar adversamente o desempenho ou características de segurança, ser mantidos no tempo mínimo, com custo mínimo e com o mínimo dispêndio de recursos de suporte com por exemplo mão de obra, sobressalentes, ferramentas, instrumentos de teste, serviços contratados e facilidade de apoio.
Tipos de Manutenção – Os principais tipos de manutenção que se aplicam a uma aeronave, peça ou sistema aeronáutico são as manutenções preventivas, curativas, por monitoramento do comportamento (CM) e corretivas.
Manutenção preventiva – como o próprio nome já esta dizendo, é o tipo de manutenção feito previamente. Programada com antecedência, geralmente se faz em períodos pré-definidos, tem a finalidade de manter um determinado nível de funcionamento e disponibilidade antes da manifestação de uma pane.
A manutenção preventiva se divide em manutenção sistemática, condicional e preditiva;
Manutenção sistemática: efetuada de acordo com o programa de manutenção
Estabelecida pelo fabricante. Neste caso computa-se o tempo que o equipamento já trabalhou, sue ciclo de vida, e faz-se a intervenção de manutenção de acordo com o calendário definido de horas, meses ou de ciclos. Neste caso não importa se o equipamento esta operando perfeitamente. O equipamento é retirado de serviço e enviado para uma oficina de manutenção, para cumprir uma etapa de revisão (TBO) retornando ao serviço após a intervenção. Outra forma é o componente ser substituído após cumprido o seu ciclo de vida (SLL).
Manutenção condicional: também chamada de “on-condition”
È um tipo de manutenção que se faz sobre componentes cuja possibilidade de pane é detectável com antecedência ou que sua deterioração pode ser acompanhada de forma progressiva podendo a evolução da pane ser acompanhada até o ponto onde não afeta a segurança do vôo. Existe várias formas de se executar uma manutenção condicional; através de inspeções sistemáticas ou pelo monitoramento do comportamento de uma peça ou sistema.
Manutenção preditiva
É uma evolução da manutenção condicional. Busca o ponto ótimo para a intervenção, através do monitoramento de parâmetros. Baseia-se na evolução, ao longo do tempo, dos sintomas constatados para se determinar o instante ótimo para a intervenção. São utilizados recursos que permitem a análise da evolução dos parâmetros de funcionamento (estudo das vibrações, P.A.E.O, verificação do fluxo de óleo do rolamento G3, etc.). A intervenção é condicionada pelo que se conclui de um parâmetro significativo. Este tipo de manutenção deve seguir as recomendações contidas nos manuais de manutenção da sua aeronave.
Antes de se implementar uma política de Manutenção preditiva, alem de consultar os manuais de manutenção, convém ter em mente os seguintes princípios: Esse método deve ser reservado aos sistemas para os quais as vantagens do método conduzam a custos menores que os da manutenção existente. Isto deve ser feito em concordância com o manual de manutenção da aeronave ou de procedimentos que venham ampliar as recomendações contidas neste manual.
Como é feita a manutenção preventiva?
A manutenção preventiva é feita por tempo limite (horas), por ciclos e calendário.
Manutenção com tempo limite – Um componente, sistema ou a própria aeronave, deverão ser submetidos a manutenções com intervalos de tempo regular ou pré-definido. O limite de vida de uma aeronave, peça ou sistema pode ser definido em:
Os componentes controlados por horas de funcionamento se enquadram em três situações típicas:
TBO –Time Between Overhauls – tempo entre revisões – o componente deve ser removido e enviado à uma oficina homologada para revisão. Ele retorna ao serviço e pode cumprir outro período de utilização.
SLL – Service Life Limit – tempo limite de serviço – o componente deve ser removido, retirado de serviço, e sucatado.
On-condition – com verificação do estado – o componente deve ser monitorado periodicamente para assegurar:
Manutenção por número de ciclos – O controle de componentes por ciclos de operação é, em alguns casos, o mais complexo de ser efetuado. A contagem para a célula da aeronave é em função do número de pousos. Para o caso do transporte de cargas externas, alguns fabricantes contam 1 ciclo de célula. Sistemas complexos como os motores têm seus ciclos contabilizados em função do número de partidas do motor ou quando estes atingem um valor limite na operação. Para conhecer a contabilidade dos ciclos de operação dos diversos helicópteros, devemos consultar o manual do fabricante. As peças além de serem contabilizadas por ciclo, normalmente também são contabilizadas por horas de funcionamento. Nesta situação o valor que ocorrer primeiro, horas ou ciclos, tira a peça de serviço.
Manutenção por calendário – Os componentes ou sistemas cuja manutenção foram definidas por calendário, são componentes que não atingiram seu tempo de funcionamento nos períodos pré definidos em horas pelo manual de manutenção. Por exemplo: se uma aeronave não vôou 500 horas em dois anos, deve cumprir uma inspeção de calendário tipo “A”. Por uma revisão do tipo “A” calendárica de dois anos deve-se entender que a aeronave operou dois anos sem atingir o número de horas previsto para o tempo especificado de dois anos. Este é um exemplo hipotético.
Manutenção curativa
É um tipo de manutenção onde se executa serviços para tirar uma falha cuja origem se deu no projeto da aeronave ou sistema. Normalmente o fabricante ou órgão homologador emite um boletim de serviço ou uma diretriz de aeronavegabilidade informando e determinando ao operador uma intervenção no sentido de tirar uma condição que apresente risco a operação da aeronave ou simplesmente para uma melhoria de produto.
O operador, em casos especiais, também pode propor uma melhoria ao produto. Neste caso fica a critério do fabricante aceitar ou recusar a observação do operador. As manutenções curativas são mais comuns do que a princípio podemos imaginar. Boletins de Serviços e Diretrizes de Aeronavegabilidade são tipos de manutenções curativas.
Manutenção por monitoramento – “Condition Monitoring” (CM)
Este é um tipo especial de manutenção que não se enquadra no contexto geral de manutenção por ser um tipo de manutenção onde não há controle sistemático, apenas, componentes ou sistemas, sofrem as ações de manutenção quando apresentam um defeito. O processo de “condition monitoring” não apresenta controle para revisão geral.
Componentes CM não têm controle para inspeção/revisão geral (OH – Overhaul) e são operados até falhar. Nenhuma operação de manutenção é exigida nos manuais de manutenção para avaliar sua condição, expectativa de vida ou desgaste. Para os itens CM cuja falha é suscetível de conseqüências na segurança do vôo, são utilizados os recursos da redundância.
Manutenção corretiva – não programada, acontece sempre que detectamos a falha de uma peça ou sistema, permite restabelecer o nível de funcionamento inicial. Este tipo de manutenção não é desejável e procura-se evitar fazendo-se uma Manutenção preventiva bem feita.
Condições de operações particulares
Em condições climáticas severas, como em atmosfera salina (próximo ao mar), atmosfera úmida, atmosfera arenosa, tempo frio, atmosfera corrosiva, etc, a manutenção da aeronave ou sistemas segue uma sistemática diferente de uma aeronave que voa em situação de atmosfera normal. Normalmente para esses casos os fabricantes acrescentam novas operações de manutenção às já existentes. O operador também deve estar atento para as periodicidades particulares de peças, trocas de óleos e revisões programadas. Um calendário particular para as manutenções preventivas deve estar a disposição do operador no programa recomendado de manutenção.
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• Os cursos têm a finalidade de proporcionar e manter os conhecimentos e a proficiência já requerida para a manutenção segura dos helicópteros em geral para que o curso se refere.
• Contribuir com a democratização de conhecimentos e de ferramentas que favoreçam o desenvolvimento de competências e habilidades/capacidades de manutenção de helicópteros visando assegurar níveis máximos de segurança de voo.
• Criar condições de atitude e de compreensão técnica por parte de cada participante, da importância e da visão e do raciocínio estratégico sobre a segurança das operações com helicópteros.
• Possibilitar o conhecimento técnico dos principais sistemas e componentes dos helicópteros e da sua forma de operação segura bem como a preocupação com a sua manutenção e suas inspeções diárias e programadas.
• Criar condições para adoção de uma atitude pessoal de autocrítica permanente em busca da segurança de voo, através de reciclagens periódicas e de uma consciência aeronáutica sempre presente.